Eleições europeias causam “turbulência” nos mercados financeiros. Instabilidade política gera incerteza económica
A convocação de eleições parlamentares antecipadas em França pelo Presidente Emmanuel Macron após o desempenho dececionante nas eleições europeias está a causar agitação nos mercados financeiros, com os resultados a indicarem um fortalecimento dos partidos populistas nacionalistas de direita.
Azad Zangana, economista europeu sénior e estrategista da Schroders, destaca que o sucesso do partido nacionalista de direita Rassemblement National (RN), anteriormente conhecido como Frente Nacional, reflete uma tendência mais ampla na Europa em direção a partidos com posições anti-imigração, nacionalistas e eurocéticas.
Com o RN a obter uma parcela de votos significativamente maior do que a coligação governante Besoin d'Europe (Precisamos da Europa), surgem preocupações sobre as implicações económicas de uma possível mudança no governo francês. Promessas de cortes de impostos e subsídios para eleitores mais jovens levantam preocupações sobre um aumento do endividamento, o que se reflete nos mercados financeiros com o aumento dos rendimentos dos títulos do Governo francês.
Além disso, os resultados das eleições parlamentares europeias também estão a gerar preocupações económicas, com um fortalecimento dos partidos populistas nacionalistas de direita, como o Grupo Nacionalista de Extrema Direita Identidade e Democracia (ID) e os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR). Enquanto isso, os partidos de esquerda e os verdes registaram perdas de assentos parlamentares.
Esses resultados eleitorais têm implicações económicas significativas, com incertezas sobre o futuro das políticas migratórias e ambientais na Europa. Além disso, o aumento do eurocepticismo pode influenciar o progresso dos países candidatos à adesão à União Europeia, como a Ucrânia, e afetar a estabilidade económica e política na região.